A mulher que se reencontrou

Ela tinha 47 anos, era bonita, competente, bem-sucedida na profissão. Por fora, parecia ter tudo sob controle. Mas dentro da sua relação amorosa vivia uma enorme confusão: já se passaram dois anos, e ela mesma não sabia dizer se era casada ou apenas namorada. O parceiro, que se dizia cuidador, na prática era controlador, ciumento e incapaz de reconhecer as virtudes e os esforços dela. Não usava aliança — “não me adapto”, dizia ele — mas se ela quisesse, poderia usar.

Ela, por sua vez, trabalhava muito, comprava tudo para si mesma, inclusive suas roupas íntimas. Estavam separados fisicamente há 30 dias quando me procurou, trazendo um pedido claro e doloroso: “Eu quero viver uma relação de companheirismo, amor e valorização pelo meu parceiro.”

Na identificação comportamental, descobrimos algo fundamental: ela era do tipo 2 com instinto sexual dominante e autopreservação reprimido. Isso explicava tudo o que estava acontecendo. O tipo 2 sexual vive quase inteiramente voltado para as necessidades do outro, e quando o instinto de autopreservação está reprimido, a pessoa se esquece de si mesma — vira uma bomba-relógio contra a própria saúde, dignidade e bem-estar.

De repente, ela compreendeu algo que nunca tinha visto com tanta clareza: não era apenas vítima daquela relação, mas também alimentava inconscientemente a dinâmica tóxica. Ao não cuidar de si, ao não exigir o básico, ao tentar constantemente suprir o parceiro, permitia que os limites fossem ultrapassados dia após dia.

A partir dessa descoberta, começamos um processo de 3 meses intensos de Mentoria Premium, trabalhando os 6 Pilares da Reprogramação Comportamental. Foi necessário mais tempo de escuta, porque ela precisava falar, ser ouvida, se perceber. Se eu tivesse apenas ensinado de forma objetiva, nada teria se transformado.